Publicado por: Moda como Cultura BR | 05/12/2010

2010 – Rito de Passagem para a Moda

2010 – Rito de Passagem para a Moda


Democracia fashion sob o ponto de vista da consultora Cristina Franco, que esteve em Brasília

Será possível o chamado “mundo fashion” estabelecer um diálogo com os “outros mundos”, deixando de lado os estereótipos e clichês que há muito prevalecem? Uma notícia importante é que o Ministério da Cultura marca o início das relações institucionais com moda, arquitetura e design. As produções dessas áreas passariam definitivamente a serem consideradas manifestações da identidade brasileira e por isso contempladas nas ações do próprio MinC. A moda, a indumentária e o estilo de ser de uma época sempre foram referências fundamentais para pesquisadores de todo o mundo identificarem uma sociedade. É verdade que a nossa sonhada aldeia global, ao mesmo tempo em que trouxe benefícios, criou uma grande confusão de identidade. Países como a França já enfrentam a desconfortável pergunta: “o que é ser francês?”. Como a França, outros países estão sofrendo esse efeito colateral. Felizmente isso ainda não chegou por aqui. Talvez porque não tenhamos até agora mergulhado, do jeito que já deveríamos ter feito, em um entendimento mais profundo da nossa identidade. Não é fácil, em um país de dimensões continentais, com 20% da biodiversidade do planeta, com a maior reserva hídrica mundial e rica variedade de matrizes, termos conhecimento de um DNA tão complexo. Por isso, já que o assunto é moda, prefiro falar de artesanato, que, sem dúvida, é um dos ativos mais subutilizados que nosso país tem. A falta de diálogo da cadeia industrial com a cadeia de serviços de artesanato faz com que ainda acreditemos que exista um apagão no Brasil deste tipo de mão-de-obra. É um erro. Nossa diversidade de tipologias de artesanato de linha é enorme. Muitas delas só são encontradas aqui, e se não estimuladas, correm o risco de desaparecerem. Não porque careçam de mão-de-obra para produzi-las, mas pelo gargalo que hoje temos para comercialização destes produtos e pela falta da inclusão de melhores insumos tecnológicos para que esses produtos tenham maior competitividade em mercados que os valorizem. O backbone, a espinha dorsal do item de luxo, está no feito à mão, no artesanato de alto valor agregado, na marca de origem. Marca de origem: uma expressão mágica, uma chancela que um país como o Brasil, hoje enxergado de forma tão positiva no inconsciente coletivo mundial, tem toda propriedade para ter. O Brasil deve ser a grande marca guarda-chuva para a moda brasileira. Este ano, o país foi escolhido para sediar a conferência da International Textile Manufactures Federation, entre 17 e 19 de outubro, em São Paulo. Mais de 300 líderes mundiais virão ao Brasil. Não existe mais tempo, principalmente depois da ressaca financeira de 2008/2009, para a individualidade excessiva de cada marca. É muito caro consolidar uma brand a nível mundial. A recente coleção Chanel para o Verão europeu 2010 investe forte no feito à mão. Uma bolsa de coleção, de tamanho médio, toda em crochê, tem o preço a partir de £ 2.235, ou seja cerca de R$ 6 mil. Você sabia que Nova Russas, no sertão do Ceará, é uma cidade que produz um fantástico trabalho de crochê, inclusive pelos homens? Precisamos usar e divulgar o que temos aqui. Somos uma source fantástica, não só para nossa moda, como para outras marcas internacionais. Nossos códigos estéticos, personalíssimos, oriundos de nossas matrizes, agregados à nossa cadeia industrial produtora de roupas, constituem a única forma de termos um “made in Brasil” com identidade própria e alto potencial competitivo. Por isso, acredito que o maior reconhecimento da moda brasileira por instituições ligadas à cultura seja um forte incentivo para que toda esta diversidade não só possa vir à tona, por meio de uma facilitação de consultas, bem como a partir de um maior entendimento quanto à aplicação desses códigos estéticos. É claro que as diferenças têm de ser administradas de forma madura. Elas existirão sempre. Precisamos entender as forças e fraquezas dentro da cadeia produtiva, as ameaças e as oportunidades, para que possamos fortalecer de forma sustentável o que temos ainda muitas vezes em estado latente. Não existe mais tempo para fogueiras de vaidades, e marketing sem conteúdo real. Tudo ficou muito exposto. E como a gente sabe que a paz só é feita com os inimigos, talvez já seja tempo disso acontecer.

Publicado por: Moda como Cultura BR | 05/12/2010

A CULTURA ESTÁ NA MODA

A CULTURA ESTÁ NA MODA


“Isto da gente ser exatamente o que a gente é ainda vai nos levar além”

P. Leminski

Nunca antes na história deste país tivemos a oportunidade de fazer arte sentindo o gosto de fazer parte. Uma Conferência Nacional de Cultura como esta, mesmo com as imperfeições em seu processo, é uma enorme vitória do povo brasileiro.

Neste momento de inserção do debate e da ampliação da consciência cultural e política no Brasil, chamamos aqui sua atenção para importantes propostas de políticas culturais que, por agregarem também características específicas, necessitarão de sua maior atenção e apoio nas votações.

Assim como a cultura está na moda, chegou a hora da moda ser entendida como arte e cultura. O setor da moda representa o quarto maior PIB do país. Neste sentido, queremos ampliar a compreensão geral de que a moda, envolvendo o setor têxtil, pequenas e grandes confecções, indústrias, estilistas, costureiras e muitos outros trabalhadores, está ligada e presente em todos os outros setores culturais através das interações de seus criadores com a cultura popular, a música, a arte visual e digital, a arquitetura, etc . E, por isso mesmo, é atualmente líder em geração de empregos.

É fundamental para impulsionar ainda mais este setor e gerar ainda mais oportunidades à população, a implementação de programas legitimamente culturais, que promovam sua aproximação das capacitações, profissionalizações e fomentos ao know how acumulado por estilistas e designers. Isto possibilitaria uma produção de mais e mais qualidade, solidificando assim, as iniciativas de inserção desta produção, absolutamente cultural e social, aos mercados nacionais e internacionais.

Diante disso, propomos à CNC 2010:

* Financiar projetos de geração de emprego e renda, promover estudos de mapeamento e fomento de processos sustentáveis na moda com reafirmação cultural em grupos/ comunidades por meio de políticas de capacitação, profissionalização e estímulo à produção e à circulação.

* Promover a institucionalização da moda no Ministério da Cultura por meio da criação: do Fundo Nacional da Moda; do Comitê da Moda; e da Agenda Propositiva de Trabalho com o MinC. (Propostas defendidas no Eixo III – Cultura e Desenvolvimento Sustentável).

Assinam: Luciano Cenci (Moda-BA); Luciana Galeão (Moda -BA); Júnia Martins (Comunicação-BA); Francisco Weyl (Audiovisual-PA); Viviane Martins (Moda-RJ); Tereza Accioly (Música-PE); Valber Almeida (Cultura Popular Tradicional-PB); Cassiane Dantas (Moda-PA).

Publicado por: Moda como Cultura BR | 05/12/2010

Seminário Nacional da Moda

Seminário Nacional da Moda


O Seminário foi uma ótima conquista. Muito além de servir para solucionar o impasse gerado pela impossibilidade de “transformar” os convidados do setorial em delegados, este fórum será nossa grande oportunidade de dar um salto de qualidade na formulação e, conseqüentemente, na execução de políticas culturais relacionadas à moda.

Não podemos pensar num Seminário Nacional da Moda que se estruture com pouca organização de base. Este fórum vai eleger nosso comitê/colegiado, um(a) representante no Conselho Nacional de Cultura e tem a tarefa de evoluir nossa formulação e atuação.

Claro que ir indicando convidados é legal, mas não é o ideal.

Não podemos perder a oportunidade de aproveitar o seminário para realizar um processo de discussão e avaliação na base dos estados e regiões. Isso sim fortaleceria a organização do setor de maneira democrática e enraizada nos locais. Assim é que corrigiremos as distorções e superficialidades que observamos no pré-setorial, além de servir de ferramenta para a necessária aproximação do povo da moda com as Secretarias de Cultura.

Sugiro a realização de encontros preparatórios locais que :

– Avaliarão a atuação da Moda na 2º CNC;

– Discutirão propostas para o setor, no âmbito cultural;

– Realizarão palestras e debates sobre Moda, Cultura e Política;

– Formularão propostas municipais, Estaduais e Nacionais;

– Formularão sugestões de formato e data para o Seminário Nacional;

– Elegerão delegados e convidados para o Seminário, de acordo com nº estabelecido pelo MINC.

Representante do MINC disse no CNC que o Seminário deverá ter 100 pessoas. Cabe ao MINC calcular e divulgar quantos representantes terão os estados.

Luciano Cenci – Moda Bahia

Publicado por: Moda como Cultura BR | 05/12/2010

Delegados da Moda conseguem a aprovação de moção na II CNC

Delegados da Moda conseguem a aprovação de moção na II CNC


A atuação dos dez delegados setoriais da Moda durante a II Conferência Nacional de Cultura foi bastante relevante. O grupo se fez ouvir e promoveu importantes debates com os outros delegados e se destacou nos eixos e bancadas estaduais colocando as propostas elaboradas na Pré-Conferência Setorial e mostrando a importância da Moda como setor cultural organizado.

Os delegados encaminharam 2 moções propositivas que reforçaram o conhecimento geral, o debate democrático e conseguiram a adesão de mais de 200 delegados cada. Confira a moção:

Moção 23 (aprovada)

Nós delegados da II Conferência Nacional de Cultura, reunidos em Brasília no período de 11 a 14 de março de 2010, consideramos que “a cultura está na moda e a moda está na cultura” chegou a hora da moda ser entendida como arte e cultura. O setor da moda representa o 4º maior PIB do país. Neste sentido, queremos ampliar a compreensão geral de que a moda – setor têxtil e do vestuário contemplando os arranjos produtivos locais, representado por micro, pequenas e médias empresas, presentes em todos os setores culturais que se seguem:

A) Teatro, cinema, circo, dança (figurino)

B) Musica (figurino, trilha sonora)

C) Arquitetura (projeto de ambiente e arquitetura da moda)

D) Cultura popular, indígena, afro-brasileira (influência cultural, ancestralidade, figurino, técnicas artesanais, ambiência)

E) Artes visuais, digitais (influência estética, recursos técnicos e tecnológicos)

F) Livro, leitura e literatura (registro, temas, ilustrações)

G) Museu (conteúdo e expositivo)

H) Patrimônio material e imaterial (legitimação da memória dos ofícios)

I) Design (Referência estética e conceitual)

Entendemos e pedimos apoio para viabilizar projetos culturais de inclusão social e formação profissional nos níveis técnicos,

tecnológicos e científicos que possibilitem dos meios de produção, promova processos sustentáveis que resultem na formalização da indústria criativa de moda e o design como diferencial competitivo nas comunidades estratégicas para o desenvolvimento cultural regional.

Total de assinaturas: 265

Disponível em: http://culturadigital.br/setorialmoda/2010/03/22/delegados-da-moda-conseguem-a-aprovacao-de-duas-mocoes-na-ii-cnc/

Confira as cinco estratégias aprovadas na Pré-Conferência Setorial de Moda

Em um processo muito rico de discussão, os participantes da Pré-Conferência Setorial de Moda conseguiram eleger as cinco estratégias prioritárias para o setor que devem ser apresentadas pelos representantes eleitos do setor na II Conferência Nacional de Cultura.

As estratégias fazem referência aos cinco eixos da Conferência Nacional de Cultura. Ao longo do diálogo foram levantadas muitas outras questões importantes para o setor. O material deve ser apresentado na Confira as propostas aprovadas aqui:

Eixo I – Produção simbólica e diversidade cultural

Registrar de maneira multimídia, organizar e promover as memórias que formam a identidade cultural material e imaterial da moda brasileira por meio de recursos públicos, considerando as diversidades locais.

Eixo II – Cultura, cidade e cidadania

Promover a articulação interministerial para formação e qualificação do profissional da moda, fomentar estudos e pesquisas que mapeiem, a partir do território, a interdisciplinaridade e diversidade do setor e potencializar as microrregiões com a realização de projetos de moda.

Eixo III – Cultura e desenvolvimento sustentável

Financiar projetos de geração de emprego e renda, promover estudos de mapeamento e fomento de processos sustentáveis na moda com reafirmação cultural em grupos/comunidades por meio de políticas de capacitação, profissionalização e estímulo à produção e à circulação.

Eixo IV – Cultura e Economia Criativa

Elaborar editais públicos específicos para o setor de moda e fomentar parcerias com órgãos públicos e privados para a consolidação das atividades de grupos acadêmicos, experimentais e oriundos da sociedade civil organizada com ações nacionais e internacionais.

Eixo V – Gestão e institucionalidade da Cultura

Promover a institucionalização da Moda no Ministério da Cultura por meio da criação: do Fundo Nacional da Moda; do Comitê da Moda; e da agenda propositiva de trabalho com o Ministério da Cultura.

Disponível em: http://culturadigital.br/setorialmoda/2010/03/10/confira-as-cinco-estrategias-aprovadas-na-pre-conferencia-setorial-de-moda/

Publicado por: Moda como Cultura BR | 05/02/2010

Setorial de Moda

Blog da Setorial de Moda.
http://culturadigital.br/setorialmoda/

Publicado por: Moda como Cultura BR | 05/02/2010

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